Milton Ribeiro atuava em um "gabinete paralelo", que priorizava solicitações de prefeituras ligadas a pastores evangélicos. Foto: Adriano Machado/Reuters
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (22), o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no âmbito da investigação sobre o "gabinete paralelo" instalado na pasta, com favorecimento de pastores na distribuição de verbas do MEC. O mandado de prisão preventiva foi expedido por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, e cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. O magistrado determinou que, assim que a ordem fosse cumprida, o ex-ministro fosse levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
O ex-ministro foi localizado em Santos, SP e mandado de prisão listava outro endereço em São Vicente, também no litoral paulista. A audiência de custódia está prevista para esta quinta-feira, 23.
Entre os alvos das buscas estão o próprio Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos – dupla que está no centro do esquema sob suspeita. O inquérito foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e por ordem do Supremo Tribunal Federal, em razão do foro privilegiado de Milton Ribeiro, à época ainda ministro da Educação.
Segundo denúncias e investigações, os pastores operavam um gabinete paralelo no MEC. Prefeitos revelaram que receberam pedido de pagamento de propina até em ouro em troca de acesso e liberação de verbas para Educação.// O esquema envolvia até mesmo compra de bíblias em que apareciam fotos do ministro da Educação e do prefeito que aceitasse participar.
Fonte: Estadão